domingo, 7 de setembro de 2008

João Baptista da Silva Leitão -» Almeida Garrett.


( Primeira metade do século XIX)
* Nasceu em 1799 no Porto;
* Foi introdutor do Romantismo em Portugal;
* Nunca escreveu sonetos;
* Morreu em 1854 em Lisboa.


Almeida Garrett, trouxe a Portugal ideias que já estavam divulgadas na Europa, como por exemplo:

« Liberdade para escrever e falar; Igualdade entre as pessoas. »
Enquanto ministro, foi grande impulsionador:

* Propôs a edificação do Teatro Nacional D.Maria II;
* Mandou construir o Conservatório Nacional de Arte Dramática;
* Escreveu peças de teatro de modo a serem representadas para o público, reavivando assim, o gosto português para o teatro;
* Escreveu com linguagem simples, para que o povo menos culto se sentisse atraído e tivesse acesso à arte da representação;
* Trouxe para a Literatura a mulher;
*Lutou activamente contra o Absolutismo e pelo Liberalismo.
FOLHAS CAÍDAS, 1853

É a última das suas obras líricas inspirada em Rosa de Mantunfar Viscondesa da Luz, mulher com quem manteve um caso amoroso, e tambem uma obra marcada pelo final da sua vida, por isso mesmo, encontramos a exposição pública da sua paixão ardente, causadora de espanto e indignação entre a sociedade de sua época.

Poesia de Alcova: É uma poesia em que o sujeito poético transmite erotismo, paixão, amor carnal e sensualidade.Neste tipo de poesia passamos a encontrar a famosa " morte por amor".

"Não te amo, quero-te!"

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.

E eu n 'alma – tenho a calma,

A calma – do jazigo.

Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.

E a vida – nem sentida

A trago eu já comigo.

Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero

De um querer bruto e fero

Que o sangue me devora,

Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.

Quem ama a aziaga estrela

Que lhe luz na má hora

Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,

De mau, feitiço azado

Este indigno furor.

Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto

Que de mim tenho espanto,

De ti medo e terror...

Mas amar!... não te amo, não.

Aspecto teatral:
( exclamações, interjeições, acentuação das pausas, repetições, grande proximidade (eu/tu), tom coloquial- linguagem oralizante);
Estrutura externa:
Variedade estrófica, métrica e rimática;
TU
- participante activa;
-interveniente na acção carnal;
-grande proximidade física entre o homem e a mulher.
AMAR: Tema espiritual = vida = Idealização da Mulher-Anjo
" amor vem d'alma";
"o amor é vida";
"quem ama aziaga estrela"
#
QUERER: Tema carnal= morte, perdição; Idealização do Anjo-Mau
" um querer bruto e fero";
" destruidor e excessivo" (...)
Mulher Anjo :
* Vista como um ser divino;
* relacionada com o céu e com a salvação (Jeová);
* é vida e alma;
* plenitude; fascínio;
pureza
Anjo Mau : Tu, mulher.
* Mulher demónio,
* ligada ao inferno; perdição (Demónio);
*morte, carne, relações carnais;
*corpo, vazio;
* loucura; destruição
Bibiliografia: O meu caderno :)