domingo, 7 de setembro de 2008

Antero de Quental : poeta, filósofo e pensador

( 1842-1891)


Naceu e morreu em São Miguel, Ponta Delgada- Açores


Suicidou-se no dia 11 de setembro de 1891, com um tiro na cabeça, disparado num bando de jardim. (Por falar nisso, é um lugar que tenho curiosidade de ir visitar, até por que o tal banco ainda existe :) ) . Como já era de se esperar, viveu seus ultimos anos de vida num estado depressivo permanente, tal como tantos outros estudados.


Sua poesia destingue-se em dois grupos:

A POESIA APOLÍNEA (luminosa, solar):

- pensamentos positivos;

- acredita que pode mudar o mundo;

- acredita no bem estar da humanidade;

- Eufórico;

- Optimista e sonhador

Antero, quando jovem, acredita que pode mudar o mundo, acredita na liberdade do homem

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Poesia Nocturna (Sombria), já no fim da sua vida:



- canta à noite;

- extremamente pessimista;

- fala sobre a morte;

- desgostoso com tudo;

-desistente;

- posição distórica;

- descrente;

- Pessimismo social.

E seus temas mais abordados são: o amor, a decepção, desilusão, a desistência e o amor espiritual.

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Antero formou-se em Coimbra, para estudar Direito e acabou por fazer parte juntamente com Eça de Queirós, do movimento denominado Geração de 70, mais tarde conhecido como " Os vencidos da Vida", pois não conseguiram concretizar os seus ideais.
Mas o que era a Geração de 70?
A geração de 70 foi criada com o intuito de intervir na renovação da vida política e cultural da sociedade portuguesa.
Houveram dois momentos marcantes:
1865 - "A questão Coimbrã" ou tambem denominada: " A questão do bom senso e do bom gosto" , em que Antero de Quental e todos os protagonistas da Geração Nova, Geração do Realismo, revoltam-se contra os Poetas da Velha geração, particularmente contra o professor e poeta António Feliciano de Castilho ou seja, os Ultra Românticos.
Toda esta revolta surgiu devido ao facto de Feliciano de Catilho que, apenas por curiosidade, era cego, ter publicado um texto em que criticava os poetas da nova geração, dizendo que não tinham bom senso nem bom gosto. Então, Antero de Quental responde-lhe a altura, publicando seu crepúsculo com argumentos ousados, críticos e sarcásticos. Ataca o professor e todos de sua geração, lançando por fim, um desafio:
Um duelo até a morte .
António de Castilho, envia um representante, que cedo desiste, caso contrário não sobreviveria para contar a história.
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ROMANTISMO:
exagero dos sentimentos,
amor exarcebado,
Locus Horrendus,
Locus Amoenus;
ULTRA ROMANTISMO:
é o exagero do romantismo, exagera os seus tópicos.
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Antero de Quental dizia que Portugal não era um país desenvolvido.
Criticava as elites, onde a mentalidade e o progresso não ajudavam para a evolução do país.
( Incrivelmente familiar, não?, imagino o que ele diria dos dias de hoje.)
1871: " Conferências do Casino"
Eça segue a carreira diplomática; Antero fica em Lisboa: Retorna às suas reflexões e promove uma série de conferências e debates:
" Causas da decadência dos países Peninsulares nos últimos 30 séculos" (Portugal e Espanha)
Segundo Antero, uma das causas para este atraso em relação a Europa é o Catolicismo.
Estas conferências causam furor na imprensa e o rei, desgostoso, proíbe-as de imediato.
Surge aí : A LITERATURA REALISTA.
LITERATURA REALISTA:
O escritor não pensa no egocentrismo, mas sim, na sociedade, humanidade.
* pretende analisar a sociedade a sua volta;
* são escritores comprometidos com o mundo;
* possuem uma atitude crítica: através da SÁTIRA e da IRONIA, que pretendem levar à reflexão, para se poder mudar e transformar.

Antero segue 4 linhas temáticas:

* expressão do amor, amor espiritual;

* preocupações sociais, os ideais revolucionários;

* o pessimismo e a evasão;

* a metafísica, Deus e a morte

Bibliografia: as aulas de Literatura Portuguesa