
sábado, 27 de setembro de 2008
Fazes-me Falta, Inês Pedrosa

Camilo Pessanha
Foi uma pessoa marcada negativamente, devido aos seguintes factores:

[ * A clepsydra serve para medir o tempo, neste caso, a passagem da vida - aproximação da morte]

Violoncelo
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
António Nobre - Poeta Finissecular (século XIX)

- O cinzento desterro de Paris, perdido não multidão que não o conhece, presença da margura de experiências frustradas e sempre marginais; É um poeta marcado pelo desejo, fraternidade, desejo e pelo ódio.
- O lamúrio da infância perdida, evocação da doce paisagem antiga sas suas lembranças.
Os temas mais abordados são:
- apreço pelas paisagens e pelos tipos pitorescos da sociedade;
- a saudade;
- o exílio;
- a pátria;
- a poesia;
- o pessimismo;
- a obcessão pela morte;
- o fatalismo com a sua predestinação para a infelicidade;
Meus dias de rapaz, de adolescente,
Abrem a boca a bocejar, sombrios:
Deslizam vagarosos, como os Rios,
Sucedem-se uns aos outros, igualmente.
Nunca desperto de manhã, contente.
Pálido sempre com os lábios frios,
Ora, desfiando os meus rosários pios...
Fora melhor dormir, eternamente!
Mas não ter eu aspirações vivazes,
E não ter como têm os mais rapazes,
Olhos boiados em sol, lábio vermelho!
Quero viver, eu sinto-o, mas não posso:
E não sei, sendo assim enquanto moço,
O que serei, então, depois de velho.
Declara-se a doença que o leva à morte: a tuberculose. Percorre vários locais dentro e fora do país, a procura de cura, sem sucesso. Morre a 18 de março de 1900.
Bibliografia: Livro de Literatura :)
Poema retirado do site:http://poesiasentida.blogs.sapo.pt/arquivo/156333.html
Cesário Verde ( Um clássico da Modernidade)

(1855-1886) - Morre com 31 anos de idade, vítima de tuberculose.
Genuíno, original, profundamente renovador, quer ao descrever os quadros e os tipos citadinos, quer ao denunciar, em sóbrias palavras, as atitudes subjectivas provocadas pelo exterior. Dá-nos conta de uma sociedade multifacetada.
O POETA PINTOR
" Pinto quadros por letras, por sinais"
Pinto quadros = carácter visualista e realista. Realça linhas e volumes por meio de alternâncias e contrastes. Retrata tamanhos, relevos e formas.
Por letras, por sinais = sinais gráficos, palavras, versos, figuras de estilo, rimas, sons e ritmos.
Criou o Binómio : Campo #Cidade, em que a cidade é essencialmente ligada aos seguintes tópicos:
* doença, dor, infelicidade, clausura, desconforto, prisão, poluição, ruído, mau cheiro, violência, exploração, etc.
E o campo:
*em estar, felicidade, tranquilidade, paz, saúde, vida, ar puro, calma, ambiente campestre, liberdade, natureza, etc.
Cesário Verde apresenta uma escrita deambulatória:
trata-se de deambular exterior e interiormente, examinar e contemplar as figuras que lhe surgem; Utiliza a deambulação não para narrar, mas para descrever os espaços que encontra.
Pode-se encontrar todos os aspectos referidos anteriormente, no seguinte poema:
Num Bairro Moderno - http://www.prof2000.pt/users/angela/bairro.htm
Bibliografia: Caderno de Literatura Portuguesa
domingo, 7 de setembro de 2008
Antero de Quental : poeta, filósofo e pensador
Sua poesia destingue-se em dois grupos:
A POESIA APOLÍNEA (luminosa, solar):
- pensamentos positivos;
- acredita que pode mudar o mundo;
- acredita no bem estar da humanidade;
- Eufórico;
- Optimista e sonhador
Antero, quando jovem, acredita que pode mudar o mundo, acredita na liberdade do homem
#
Poesia Nocturna (Sombria), já no fim da sua vida:
- canta à noite;
- extremamente pessimista;
- fala sobre a morte;
- desgostoso com tudo;
-desistente;
- posição distórica;
- descrente;
- Pessimismo social.
E seus temas mais abordados são: o amor, a decepção, desilusão, a desistência e o amor espiritual.
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Antero segue 4 linhas temáticas:
* expressão do amor, amor espiritual;
* preocupações sociais, os ideais revolucionários;
* o pessimismo e a evasão;
* a metafísica, Deus e a morte
João Baptista da Silva Leitão -» Almeida Garrett.
É a última das suas obras líricas inspirada em Rosa de Mantunfar Viscondesa da Luz, mulher com quem manteve um caso amoroso, e tambem uma obra marcada pelo final da sua vida, por isso mesmo, encontramos a exposição pública da sua paixão ardente, causadora de espanto e indignação entre a sociedade de sua época.
Poesia de Alcova: É uma poesia em que o sujeito poético transmite erotismo, paixão, amor carnal e sensualidade.Neste tipo de poesia passamos a encontrar a famosa " morte por amor".
"Não te amo, quero-te!"
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
sábado, 6 de setembro de 2008
Mário de Sá-Carneiro, um dos meus poetas preferidos.

Aos dois anos de idade ficou órfão de mãe. Seu pai iniciou uma vida de viagens, deixando Sá Carneiro com os avós e uma ama.
Marcado por uma vida solitária, começa a escrever poesia em 1902 e em 1904, regressado o seu pai, Sá Carneiro depara-se com a possibilidade de viajar pela Europa ( Paris, Suiça, Itália, Nápoles), abrindo-lhe novos horizontes.
"SÁ CARNEIRO NÃO TEVE BIOGRAFIA: teve só génio. O que disse foi o que viveu." - Fernando Pessoa.
Mário de Sá Carneiro teve uma personalidade corroída pela neurose levada ao extremo e de uma sensibilidade multifacetada:
"Eu não sou eu nem sou o outro/ Sou qualquer coisa de intermédio/ Pilar da ponte de tédio/ Que vai de mim para o outro." - Mário de S. Carneiro
( poema cantado por Adriana Calcanhoto)
" Há sempre um arco no fundo dos meus olhos.../ A cada passo a minha vida é outra cruz/ E o meu coração gira: é uma roda de cores.../ Não sei aonde vou, nem vejo o que persigo..../ Já não é o meu rastro de ouro que ainda sigo...."
Como o poeta autêntico que foi, encarnou como nenhum outro, todas as frustrações e pesadelo de sua terra, dividida entre a nostalgia da glória e do luxo e a atracção pela modernidade europeia. Tudo nele é angústia pessoal, existencial, desencanto e filtração de angústias colectivas.
Sá Carneiro sucidou-se, com vários frascos de estricnina, a 26 de abril de 1916, num Hotel de Nice, suicídio esse descrito por José Araújo, que o poeta chamara para testemunhar.
Seu único amigo na realidade foi Fernando Pessoa que o compreendeu e ajudou enquanto pôde e a quem escreveu um bilhete antes de se suicidar:
[ Bibliografia, poema retirado do livro: "Poemas portugueses para a juventude" de Eugénio de Andrade; Bases biográficas do poeta: http://www.wikipédia.com/]